quinta-feira, 15 de julho de 2010

adendo

,surpreso com a noticia
despenquei de um abismo
de três metros de altura
virei uma gelatina
aquela mesma do bocão
eu tinha medo e esse foi
o meu maior erro
esse pesadelo que me acompanhou
a infancia toda e virou realidade
agora nesse momento
em que estou prostrado no chão
coberto de uma geleia atmosférica
periférica de nome gelatina
mas é assim mesmo
esse é o ciclo da vida
nasce vive morre gelatina
então não reclamo
aceito as coisas como são
como é realmente
o que tem que ser
e o que está sendo
e o que vai ser
passado presente
futuro participo
sendo o mistério do planeta
tudo vale então eu comecei
a cantar essa música
que incomodaram as formigas
os vermes as minhocas
que apareceram e me comeram,
virei matéria pura na boca
desses bichos e já no estômago
deles sentia-me mais vivo
agora minha vida tinha um fundamento
uma razão tinha alcançado o meu nirvana
o meu completo estado de meditação
contemplativa o meu sanctum celestial
o meu lugar favorito de todos
estava muito feliz tudo caminhava
tão bem sendo derramado com o leite
da digestão desses bichos
com essa acidez que me fazia tão bem
me dava uma cor ótima tudo era muito bom
nesse universo estomacal vermical
mas aí vieram os homems
povoaram as terras
e pisaram nas formigas
nos vermes e nas minhocas
sem dó nem piedade
e eu virei matéria
de sola de sapato
encoberto de lama
a situação ficou dificil
não é fácil ser pisado
ser alvo de chacota
dos dedos do chulé
então comecei a plantar
uma revolução
que vingaria todos esses seres
humanos imbecis que inconsciente
de seu tamanho no mundo
pisam em tudo sem nem perceber
uma simples minhoquinha
ser verme também é ser gente
e ser gelatina na barriga
de verme também
somos minoria e não vamos deixar
barato viva che viva fidel
viva a revolução vermical
a revolução não deu certo
os seres humanos foram exterminados
num piscar de olhos
por um enxame de abelhas
advindas da africa sub-celestial
eu não achei ruim
clamei piedade
e fui trabalhar numa colméia,

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