quarta-feira, 30 de junho de 2010

raiva do mundo se transformou nisso:

,poesia são nunvens de prata
que caminham colorindo com giz de cera
os ambientes prolixos dessse universo
escondido, galopante, sem parar com o relógio
no pulso, pulsando estrelas, pontos cardeais
cereais matinais que escondem um segredo
a bomba de hiroshima, o nazismo, as rosas
que desabrocham no ouvido dos poetas não são cheirosas
escondem um fedor terrível de alquimia
de disrtimia cardiaca embalada pelos dissabores
pelos amores brutos, desenganados como trompas de falópio
que caem na agulha corporal do mundo, e embalam
a trilha sonora das lareiras, dos natais em família
dessa sincera hipocrisia verdadeira
que toma conta da cidade, toma conta das contas
que temos pra pagar no fim do mês e assim suceder
como patinhos feios nos campos de trigo
como bois suculentos que pastam pastos industriais
como urubus com fome limpando o lixo de hospitais
como cobras magrelas que raspam as sobras de um almoço
de domingo,

segunda-feira, 28 de junho de 2010

erradicou o suplemento

,bem me lembro daquele mal elemento
que erradicou o suplemento
alimentar que eu tomava
era uma abulmina cor-de-rosa
de peidos de clave de solstício
que proclamava seu grito de amor pro mundo
bem assim
a posse é apenas o meio
está no gênesis o fim da picada
a picada do alexandre frota
só se for né
falou minha namoradinha lá do bairro
julianinha chama
diz que me ama
sempre que acorda
me dá um beijo na boca
mesmo que esteja com gosto ruim
porque é como já dizia o velho do cais do porto
amor é prosa
sexo é poesia,

rolaram as pedras do sono

,sonhando acordado
com a meia-noite
de pé com o relógio
fazendo um barulho
que arrepia o meu ouvido
esquelético, labirintico
desperto como se uma ovelha
desgarrada se aproximasse de mim
com uma faca, com uma lanterna
pra ler a minha mente, os meus olhos
que diziam muito e ao mesmo tempo nada
me aproximei de uma peça de teatro, ambulante
que vendia cacarecos e petelecos
a luz da lua, fazendo borbulhas de amor
falso, de amor pirata, e eu como membro
oficial da policial federal, rabisquei aquilo tudo
e disse pra mim mesmo, nunca mais tocar
nessas ovelhas do meu sonho
nessas cabras epiléticas
de memória curta, de vara curta
de sicuta, veneno estricnina
que leva a morte dos raios libaneses
da esquerda autoritária
da direita otária,

quarta-feira, 23 de junho de 2010

me liguei no samba-rock

,quando bateu meia-noite
arranjei uma abajour e saí pela cidade procurando uma aventura
encontrei um homem chamado ronaldo que me disse
que o segredo do universo era comer dormir e caminhar
no mesmo instante já arranjei um macarrão com molho pimentão
e tratei de dormir na pensão mais próxima
puta que noite
sonhei que era um passarinho
um passarinho muito diferente
que falava e jogava carteado
que fazia pirueta nos ares de são paulo
e só mirava as cagadas na cabeça dos burgueses
com ropinha de jacaré
mas aí quando acordei
descobri que não era um passarinho
descobri
que
era
um
frango
só me restou me ligar no samba-rock meu irmão
chora cavaco,

terça-feira, 22 de junho de 2010

entre aladdin e ali-babá

,percebi que deixei de lado a minha carteira
vazia, e que nela não existia nada
além de um branco vazio existencial
que me perseguia fazia horas
e que assombrava a minha sombra
negra sombra de medo, de pavor
e de sorrisos colgate multiação
multiproteção contra cáries
acnes, vampiros que mordiscam os lábios
vermelhos do sangue numa meia-noite em que até
o zé do caizão teria medo, pois eu realmente
senti o vento, o barulho do vácuo rosnando
o zunido de mil zumbidos, mil mosquitos
africanos que invadiram a mesquita de ouro
de mohammed ali jamah, que jamais enfrentou
outra pessoa no combate a não ser seu pai
mahatma gandhi, a violência em pessoa,

rodando na roda-gigante e vendo a paisagem

,subi num ônibus que fazia um zunido
espetacular, me encantava
esse barulho, esse baralho
esse jogo de cartas que jaziam
imperiais na janela do Ônibus
rumo a um país muito doido
enfrentando fronteiras
e trâmites de aduandas
então caí fora
e pulei num jipe cabeludo
conversível que é pra sentir
o vento ventando nas entranhas
estranhando o mundo
esse globo ocular
que gira, gira
gira em torno
de órbitas,

viagem sem prumo e sem rumo

,o mundo viaja numa espaçonave
e nós somos meros viajantes
que circulam pelo espaço
sideral, sensacional
espacial, e assim
ficamos tontos
presos numa encruzilhada
de viagens extra-terrestres
caminhando num plano mágico
enfrentando novas dimensões
novos paraísos artificiais
novos livros sendo escritos
em linguagem universal
que é pra todo mundo entender
e pra todo mundo sacar
de colé desse universo
muito doido, muito louco
e só assim entenderemos
porque os cabelos caem
porque as barbas crescem
porque os homens despencam
de penhascos que desafiam
a lei da gravidade
extra-sensorial,

domingo, 20 de junho de 2010

pitchulismo

,nas rodovias de cactos
imensas que variavam na paisagem
me liguei em uma em especial
repleta de adrenalina, de mescalina
joguei tinta guáche no gauche
agauchei os tamancos agachados
disse pra todo mundo
minha revolução é feita de mostarda
azeite e mel e esses ingredientes
vão surgir na grande panela do mundo
que está em cima da gente, pairando
sobre nossas cabeças em forma
de pêra, uva, maçã
salada mista
quando acendi uma tocha
enxerguei o espaço molecular
na cabine do capitão do s. s. atlantic
ele tinha uma foto de uma fêma
que fêmea mais redonda
e essa mesma tocha de repente revelou-se uma grande mentira
não dita, e mesmo que reedita falou por si propria
no grande vazio existencial
da geração coca-cola
por isso eu sempre digo
se o aprendiz é quem fala
gente mole deveria ficar de molho
bem-vindos ao pitchulismo
abraços,